Irmãos da Virtude (Henri Vaz)

 

Anders estava sentado em seu escritório sujo no subdistrito da zona 6 na Suécia, tentando ignorar sua ressaca mortal enquanto revisava os arquivos do caso de merda que lhe haviam atirado. Mikaela Nordlund, a repórter, desaparecera há uma semana enquanto investigava uma história sobre possível corrupção bem no interior do governo. Sua última dica a levou a um edifício do parlamento sueco, mas ninguém lá chegou a ver ou ouvi-la desde então.

Enquanto Anders lia os detalhes do caso, seu celular antigo tocou. Era a Promotora Karin Jansen, que tinha novas informações. “Achamos o carro da Nordlund abandonado perto do porto da Suécia,” ela disse. “Tem sangue no porta-malas. Acreditamos que ela possa ter sido sequestrada ou até mesmo assassinada.”

Anders suspirou. Esse caso estava ficando bastante complicado. Ele sabia que Nordlund estava investigando ligações entre políticos corruptos e grupos de extrema-direita, o que poderia ter criado inimigos perigosos.

Naquele momento, houve uma batida na porta. Uma jovem mulher de cabelos curtos e tatuagens entrara sem pedir permissão. “Eira Svensson. Estou aqui para ajudar com o caso Nordlund,” ela disse diretamente.

Anders a observou de cima a baixo, admirando a gata tatuada. “Então você é a famosa Eira Svensson, é?” ele rosnou. “Deixe-me adivinhar, você tem seus próprios métodos de obter informações. Vamos ver o que você pode encontrar para nós.”

Anders já havia ouvido rumores da hacker – diziam que ela costumava ser contratada por repórteres investigativos como Nordlund para cavar o que estava escondido nos computadores.

“Espero que possa nos dar alguns leads”, disse Anders, gesticulando para que ela se sentasse em sua mesa bagunçada. “Esse caso está ficando mais complicado a cada minuto. Precisamos descobrir o que aconteceu mesmo com Mikaela Nordlund antes que seja tarde demais”.

Anders continuava vasculhando os arquivos do caso Nordlund em seu escritório imundo, enquanto beliscava um cigarro para tentar espantar a ressaca infernal.

Eira Svensson permanecia sentada em silêncio em uma cadeira, digitando furiosamente em seu notebook com uma expressão concentrada.

“Achei algumas coisas interessantes sobre o grupo de extrema-direita que Nordlund estava investigando”, disse Eira. “Chamam-se Irmãos da Virtude e parecem estar ganhando bastante influência entre políticos conservadores nos últimos anos. Detectei transferências de grandes quantias vindas de fontes questionáveis para as contas do partido.”

Anders anotou as informações. “Continue explorando. Também tenho um viés de que o caso de dez anos atrás pode ter relação. Na época, um ativista de esquerda chamado Erik Andersson simplesmente desapareceu dias antes do lançamento de um novo foguete sueco. Seu corpo nunca foi encontrado.”

Nesse momento, a promotora Karin Jansen entrou na sala com novidades. “Recebemos os resultados da perícia no carro. O sangue no porta-malas é mesmo da Nordlund. Além disso, encontramos fragmentos de corda e detectamos sinais de que ela foi amordaçada e imobilizada no banco de trás.”

Anders sentiu a ressaca piorar diante daquelas informações. Estava claro que Nordlund havia caído em uma armadilha mortal. Ele precisava agir rápido antes que encontrasse o mesmo destino.

Após dias de investigação intensa vasculhando cada floresta isolada e prédio abandonado nos arredores da Suécia, a equipe finalmente recebeu uma pista que parecia promissora. Um camponês local avistara um vulto sendo carregado em uma picape velha em direção a um armazém em ruínas próximo às margens de um lago.

Anders prontamente mobilizou uma equipe para inspecionar o local. Ao entrarem no recinto escuro e empoeirado, depararam-se com uma cena trágica no porão: o corpo despido e amordaçado de Mikaela Nordlund jazia em decomposição sobre uma mesa cirúrgica, com sinais de tortura.

Após confirmação da perícia no local, o destino da jornalista estava decretado. Porém, a investigação estava longe do fim – ainda faltava encontrar os culpados por trás daquele crime selvagem. Quem seria capaz de tamanha crueldade? Anders sabia que desvendar essa rede de segredos e conspirações seria um desafio e tanto.

Enquanto Eira continuava vasculhando todas as informações disponíveis sobre os Irmãos da Virtude, Anders recebeu uma ligação do patologista responsável pela autópsia de Mikaela Nordlund. “Achei algumas coisas interessantes”, disse o médico. “Ela foi mantida viva por alguns dias antes de a estrangularem. Havia marcas de corda nos pulsos e tornozelos, indicando que a amarraram. Além disso, detectei traços de sedativos em seu sangue, certamente usados para mantê-la dopada.”

Essas novas informações preocuparam Anders. Significava que Nordlund sofrera antes de morrer, nas mãos de alguém que queria informações ou alguma confissão dela. “Precisamos descobrir onde ela estava sendo mantida cativa durante esse tempo”, disse ele a Eira. “Se encontrarmos a cena do crime, pode haver pistas valiosas.”

Eira começou a vasculhar imagens de satélite de propriedades rurais remotas nos arredores da Suécia. Foi quando encontrou algo sinistro – em meio a uma densa floresta, havia um celeiro abandonado com sinais frescos de atividade. “Impressão que encontrei o lugar”, disse ela, mostrando as imagens para Anders.

Sem perder tempo, Anders mobilizou uma equipe policial para investigarem o local. Chegando lá, descobriram resquícios de sangue no porão do celeiro, além de cordas e uma cama improvisada, corroborando com os ferimentos de Nordlund. Também encontraram vários frascos vazios de sedativos de uso hospitalar. Seriam aquelas as pistas principais para descobrir o culpado pela morte de Mikaela Nordlund?

Ao inspecionarem o celeiro abandonado, Anders e a equipe encontraram muitas pistas valiosas. No porão, havia vestígios de sangue que correspondiam ao tipo sanguíneo de Mikaela Nordlund. Também localizaram mais cordas e um colchão empilhado, indicando que ela foi mantida amarrada no local durante alguns dias.

Em uma sala no andar de cima, Eira detectou resíduos de sedativos em um armário médico. Segundo seu conhecimento sobre farmacologia, eram drogas de ação prolongada capazes de manter uma pessoa inconsciente por muitas horas. Isso confirmou a tese de que os criminosos usaram os recursos para dopar a vítima.

Examinando os documentos encontrados em um escritório no celeiro, Eira notou indícios de que o lugar fora utilizado por um grupo paramilitar. Havia manuais de táticas de guerrilha, além de anotações sobre aquisição ilegal de armas e táticas de interrogatório. A pista levava aos Irmãos da Virtude, o grupo investigado por Mikaela antes de desaparecer.

Enquanto isso, exames de balística no corpo de Mikaela revelaram resíduos de pólvora em suas unhas. Isso sugeria que ela arranhara um de seus sequestradores durante a luta, deixando DNA sob as unhas que poderia identificar o culpado. Uma reviravolta na investigação parecia estar próxima.

As evidências coletadas no celeiro eram contundentes, mas ainda não revelavam a identidade do criminoso. Seria necessário analisar com cuidado todos os indícios e conectá-los como peças de um quebra-cabeça. Anders e Eira sentaram-se novamente para discutir todos os detalhes do caso.

Eira notou que o grupo paramilitar responsável pelo cativeiro de Mikaela Nordlund era conhecido por fornecer segurança armada e logística para os Irmãos da Virtude durante eventos e manifestações políticas turbulentas. Isso indicava uma ligação direta entre os criminosos e o grupo radical investigado pela jornalista.

Por outro lado, a promotora Karin havia descoberto que um ativista conhecido dos Irmãos da Virtude, chamado Kristian Hagen, possuía um celeiro abandonado em sua propriedade familiar. Coincidência ou não, era o mesmo local onde Mikaela fora mantida e torturada. Seria ele o responsável?

Enquanto isso, exames de DNA nos resíduos sob as unhas de Mikaela estavam próximos de serem concluídos. Seria aquele o elemento-chave para solucionar o caso de uma vez por todas? A tensão crescia enquanto Anders aguardava ansiosamente pelos resultados, que prometiam revelar o nome do assassino e solucionar o mistério por trás da morte da jornalista. A descoberta final estava quase acontecendo…

Enquanto Anders aguardava ansiosamente no departamento de homicídios, o patologista entregou os resultados da análise do DNA sob as unhas de Mikaela Nordlund. Tratava-se de uma correspondência perfeita com Kristian Hagen, o ativista dos Irmãos da Virtude que possuía o celeiro onde ela fora mantida.

De posse de um mandado, Anders e uma equipe invadiram a casa isolada de Hagen. Após uma breve troca de tiros, neutralizaram o ativista com vida. Ao ser interrogado, revelou que Nordlund descobrira planos do grupo para financiar atos terroristas. Temendo que a delatassem, decidiu sequestrá-la.

Entretanto, a investigação ainda não estava elucidada. Eira detectou ligações bancárias suspeitas entre Hagen e três deputados conservadores aliados aos Irmãos da Virtude. Seriam eles cúmplices do crime? Com um mandado de busca, provas comprometedoras foram encontradas na casa de um dos parlamentares.

Num desdobramento surpreendente, Anders descobriu ao reinvestigar o caso Erik Andersson que os mesmos membros do grupo o mataram, décadas antes. Tudo indicava uma longa conspiração para ocultar atividades ilegais. Com as novas evidências, os três deputados foram presos, enquanto Hagen enfrentaria julgamento pelo assassinato de Nordlund.

Após semanas de trabalho exaustivo, a saga chegava ao fim com Anders Hole, Eira Svensson e a promotora Karin Jansen tendo conseguido desvendar a rede criminosa e encontrar justiça para as vítimas. Ao mesmo tempo, vários segredos obscuros do submundo político sueco vieram ao público, revelando quão profundas podiam ser as articulações dos Irmãos da Virtude.

 

Download: https://henrivaz.weebly.com/trabalho-pesado.html 




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